VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS 
E ADOLESCENTES: SINAIS E INDICADORES
Palestrante: Mestre
e Doutorando em Psicologia Social  Jean
Von Hohendorff
(com a participação
especial da Psicóloga da EESCA – Partenon Ana Carolina Svirski)
Psicólogo Jean Von Hohendorff
CONCEITO DE
VIOLÊNCIA SEXUAL
O que é violência sexual (VS)?
Definição está relacionada às ações de prevenção e intervenção 
Modo como se compreende algo determina como se reage a isto 
(Hunter,
1990) 
Consiste no envolvimento de uma criança ou adolescente em atividade
sexual não compreendida totalmente, sendo estes incapazes de dar consentimento,
ou para a qual não estão preparados devido ao seu estágio desenvolvimental.
Acrescenta-se o fato de que a VS viola leis ou tabus da sociedade 
(WHO &
ISPCAN, 2006) 
Todo e qualquer ato ou jogo sexual, seja ele em uma relação
heterossexual ou homossexual, no qual os perpetradores estão em estágio de
desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança ou o adolescente,
sendo estes indivíduos abaixo de 18 anos 
(Ministério da Saúde, 2002) 
O que é VS?
a) Com contato físico
                - Sem
penetração – toques, carícias, intercurso interfomural, sexo oral
                - Com
penetração – digital, objetos, genital, nanl
b) Sem contato físico
                -
assédio verbal, exibicionismo, voyeurismo
c) Exploração Sexual
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
§ Estudos
de meta-análise internacionais 
§ Populações
não clínicas 
Pereda, Guilera, Forns, e Gómez-Benito, 2009  
 | 
  
Stoltenborgh, van IJzendoorn, Euser, e Bakermans-Kranenburg,  
2011                                                                                                    
 | 
 |
Número de estudos  
 | 
  
63  
 | 
  
217                                                                    
 | 
 
Países  
 | 
  
22  
Maioria EUA e Canadá  
 | 
  
Norte e sul americanos, europeus, asiáticos,  
africanos e australianos                                   
 | 
 
Período  
 | 
  
Até 1997  
 | 
  
1980-2008                                                         
 | 
 
Número de participantes  
 | 
  
101.022  
 | 
  
9.911.748  
 | 
 
Prevalência  
 | 
  
7,9% meninos  
19,7% meninas  
 | 
  
7,6% meninos  
18% meninas                                                    
 | 
 
Local maior prevalência  
 | 
  
Continente africano  
 | 
  
Austrália                                                       
Continente africano   
 | 
 
Local menor prevalência  
 | 
  
Continente europeu  
 | 
  
Continente asiático  
 | 
 
No Brasil os dados demonstram o seguinte:
Relatórios Disque Direitos Humanos (Disque 100)
·        
Maio 2003 a março de 2010 - 214.689 vítimas com
sexo informado
                Notificações
de VS, negligência, violência física e psicológica
                               -
VS
                               Meninos
38% - meninas 62%
§ 
Janeiro e fevereiro de 2011 – 11.077
notificações
Notificações de VS, negligência, violência
física e psicológica
               -
VS
               Meninos
22% - meninas 78%
DINÂMICA 
§ Um modo
sistemático de descrever padrões 
§ Aspectos,
“forças” físicas, temporais, psicológicas, interpessoais, familiares e sociais
que produzem e impactam, ou que iniciam e mantém, a violência sexual 
(Spiegel,
2003)  
§ Cinco fases
(Sgroi
et al., 1982) 
§ Síndrome de
acomodação (Summit, 1983) 
§ Quatro
dinâmicas traumagênicas (Finkelhor & Browne, 1985) 
§ Rituais de
entrada e de saída, síndromes de adição e de segredo (Furniss,
1991) § SAM Model (Spiegel,
2003) 
QUADRO DINÂMICA VS
CONSEQUÊNCIAS 
§ Violência
sexual = estressor generalizado 
§ Não há
síndrome decorrente 
§ Propensão
das vítimas 
(Williams,
2002) 
§ Vítimas
masculinas e femininas 
§ Sem
diferenças 
(Hillberg,
Hamilton-Giachritsis, & Dixon, 2011) 
§ Com
diferenças 
§ Sintomas
internalizantes e externalziantes 
(Romano
& De Luca, 2001) 
Somente estudos internacionais  
          Físicas          
 | 
  
Emocionais  
 | 
  
Cognitivas  
 | 
  
Comportamentais  
 | 
 |
Lesão corporal       
 | 
  
Ansiedade   
 | 
  
Autoimagem pobre/Baixa autoestima 
   
 | 
  
Agressividade   
 | 
 |
Mutilações             
 | 
  
Culpa  
 | 
  
Confusão quanto à identidade de gênero e orientação sexual   
 | 
  
Baixo rendimento escolar   
 | 
 |
Fissura e  
 dilaceração  
 anal/genital  
 | 
  
Medo   
 | 
  
Dificuldade de aprendizagem  
 | 
  
Comportamento autodestrutivo   
 | 
 |
DST´s                      
 | 
  
 Raiva  
 | 
  
Dissociação  
 | 
  
Comportamento externalizante (e.g.,
  crueldade, delinquência, agressão)  
 | 
 |
 Tristeza  
 | 
  
Paranoia   
 | 
  
Comportamento regressivo (e.g.,
  enurese)  
 | 
 ||
Pensamentos obsessivos  
 | 
  
Fugas de casa  
 | 
 |||
Pesadelos  
 | 
  
Ideação e conduta suicida   
 | 
 |||
Sintomas psicóticos   
 | 
  
Problemas interpessoais   
 | 
 |||
CONSEQUÊNCIAS AINDA
Psicopatologias  
 | 
 
Transtorno de Estresse Pós-Traumático  
 | 
 
Transtornos de Ansiedade  
 | 
 
Transtornos de Humor  
 | 
 
Transtornos Alimentares  
 | 
 
Transtornos Somatoformes  
 | 
 
Transtornos Relacionados a Substâncias  
 | 
 
Transtorno de Personalidade Antissocial  
 | 
 
Transtorno de Personalidade Borderline  
 | 
 
O palestrante analisou também fatores mediadores do impacto relacionados às vítimas, aos
agressores, à violência sexual e à rede de apoio
ATUAÇÃO PROFISSIONAL NOS CASOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL 
§  Criança adolescente 
§     Formação de vínculo                           
§     Empatia, estrutura e confiança  
§     Notificação            
§     CT, Disque 100      
§     Obtenção do relato               
§     Protocolo específico  
§     Perguntas não-sugestionáveis           
§     Avaliação da situação atual              
§ Proteção
contra revitimização, rede de apoio social e afetivo (principalmente cuidador/a
não- abusivo), presença de outras formas de violência ou violação de
direitos                 
§ Avaliação de sintomas, potencialidades e aspectos
saudáveis           
§ TEPT, humor,
ansiedade, TDO, TC, TDAH, alimentares, abuso de substâncias, comportamentos  sexuais de risco, suicídio 
§ Encaminhamentos      
§ Avaliação
médica, psicossocial, psicoterapia, programas sociais, esporte, lazer, escola,
etc.  (Hohendorff & Habigzang, 2014)
§ Rede de apoio social e afetivo                 
§ Cuidador(a)
não-abusivo(a) e demais familiares ou pessoas significativas      
§ Escola 
§ Outros
serviços da rede  (Hohendorff &
Habigzang, 2014) 
CONFIRMAÇÃO
DA VIOLÊNCIA SEXUAL
1)     
Verbalizar que acredita no relato;
2)     
Não prometer sigilo: a) explicar a necessidade
de notificação; b) acompanhar caso após notificação;
3)     
Desculpabilizar;
4)     
Agradecer confiança;
5)     
Esclarecer dúvidas;
6)     
Verificar como se sente;
7)     
Abordar tópico neutro.
A psicóloga
Ana Carolina participou da reunião acrescentando os dados relativos ao
atendimento da EESCA-Partenon/Lomba. Neste serviço são atendidos os casos
encaminhados pelo CRAI e que chegam até setor (observou que não se tem dados
dos números que são encaminhados pelo CRAI e não buscam o atendimento). Neste
ano chegaram 42 casos, sendo 80% meninas e 20% meninos.  
Jean deixou o seu contato:
Jean Von Hohendorff
jhohendorff@gmail.com 
No debate
foi enfatizado a importância da atuação da rede de proteção da criança e do
adolescente e do Conselho Tutelar. Importante a participação nas reuniões das
microrredes. 
Acesse o
link AGENDA DE REUNIÕES no blog da Rede Partenon: http://redepartenon.blogspot.com.br/
COMUNICADOS:
Instituto
Frei pacífico informa que as matrículas para 2015 estão abertas – fone: 3223
4365
MDCA (Movimento
pelos Direitos da Criança e do Adolescente) Convida para Seminário DIREITO À CONVIVÊNCIA
FAMILIAR
Data:
26/11/2014             hora: 13h30min às
17h
Local:
Palácio do Ministério Público – Pça. Mal. Deodoro, 110, Esq. Jerônimo Coelho
Apoio: CAO _
Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude -  MP/RS
Inscrições:
e-mail gerapaz@mdca.org.br (ou no
local, às 13h30min)
Informações:
fone 3339 7274

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